SEJA VOCÊ! SEJA VERDADEIRO! AME O QUE VOCÊ FAZ!
por Viviane Gago
VOCÊ QUER SER INFELIZ? Essa foi uma das perguntas que ouvi atentamente durante a minha formação na área de Desenvolvimento Humano.
E a resposta que os professores sabiamente deram a este questionamento foi: “Compare-se com alguém”. Um dos caminhos possíveis para se distanciar do sentimento de frustração e evitar esse tipo de infelicidade é o autoconhecimento.
Infelizmente, no dia-a-dia dos trabalhos por meio dos quais apoio os meus clientes testemunho desafios imensos das pessoas para com elas mesmas no sentido de terem uma enorme dificuldade de se auto considerarem e se auto reconhecerem; ainda que em muitos casos tenham elas uma linda e interessante “bagagem de vida”, digna de muitos aplausos.
Por qual motivo isso acontece?
Não obstante estarmos na era da cognição, da razão, da tecnologia, muito se fala também sobre autoconhecimento, propósito de vida e demais coisas relacionadas a isto; o fato é que, apesar desse movimento em direção ao autoconhecimento estar bastante em voga, constata-se que muitos não se conhecem, seja por não terem colocado foco nisso, porque não querem ou, ainda, pelo fato de não terem essa oportunidade etc.
O ponto importante é que essa falta de autoconhecimento inequivocamente traz um impacto imenso na sociedade como um todo.
A analogia que faço é como se estivéssemos em um trem desgovernado, onde o trem é a vida que segue no trilho, e as pessoas sem autoconhecimento o motorista, que não está conseguindo conduzir o mesmo e o resultado pode ser uma grande tragédia.
Qual a consequência disso?
Uma sociedade doente e que se desconhece, vive na superfície, atende mais as necessidades imediatas que os valores em si, quer, a todo o custo, suprir os seus desejos, sem prestar muita atenção no que realmente a satisfaz, ou seja, o individualismo imperando sobre o coletivo, a falta de compaixão, de entender o outro, de tratar o outro como gostaria de ser tratado e assim por diante.
O que nos diferencia dos outros animais?
Justamente termos consciência, possibilidade de escolha, ou seja, temos o livre arbítrio!
Outro dia li essa frase: “O LIVRE-ARBÍTRIO: Todas as coisas são lícitas, mas nem todas as coisas me convém; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam”. ( Paulo, I Coríntios.X.23).
Sem autoconhecimento, sem nos individualizarmos e tomarmos consciência de quem somos, para onde estamos indo e o que, de fato, queremos; todos saem perdendo, ou seja, a própria pessoa e o seu entorno também. Explicando melhor: se uma pessoa tiver consciente de quem é, de seus limites, de onde está, para onde está indo, ela, muito provavelmente, estará na posição certa, no local certo, fazendo muito bem o que realmente quer fazer e, com isso, reverberará positivamente no todo. Quando isto ocorrer, todos nós ganharemos, pois essa pessoa não estará frustrada, doente, exercendo a atividade dela unicamente para sobreviver, mas sim porque realmente ela quer viver e fazer aquilo.
Vocês conseguem ver e enxergar a diferença de comportamento, de perspectiva?
Por mais que essa sociedade pense mais individualmente, é inegável que fazemos parte de um todo, que está conectado e uma pessoa afetará o outra mais cedo ou mais tarde.
Somos um com o todo!
Enquanto não aceitarmos nossa individualidade e entendermos que somos todos semelhantes, porém diferentes e todas as nossas ações afetam não só as nossas vidas mas as das pessoas ao nosso redor, tanto para o bem quanto para o mal, tudo fica muito desafiador. Se as pessoas não se conhecem, não sabem o que realmente querem, seja pessoal ou profissional: pergunto-lhes como isso vai reverberar positivamente no todo, na sociedade?
A sociedade também existe para termos referenciais, mas não para se comparar ou se igualar. Uso o exemplo que muito se perpetuou e ainda perpetua ainda nos dias de hoje, o das mulheres quererem se igualar aos homens. Trata-se de um grave equívoco, pois não somos iguais e nunca seremos; somos inegavelmente diferentes e, muitas vezes, podemos, em alguns casos, até nos complementar, porém, iguais, nunca!
Esse mecanismo de comparação, de querer igualar as pessoas, trata-se de um erro cometido em vários lugares, entre eles inclui-se o ambiente que vivi a maior parte da minha carreira, as corporações, que o usam como parametrização, inclusive para promoções.
Sob o meu ponto de vista, como já abordei, trata-se de grave erro, que muitas vezes é implementado e repetido ano após ano, provavelmente, por ser um caminho mais fácil, dada a complexidade e o tamanho das corporações.
Entretanto, as reflexões que as corporações devem se fazer são: o fato de praticar o mecanismo de comparação é, de fato, eficaz? Traz os melhores resultados, efetividade? Valoriza ou desvaloriza as pessoas?
Entendo que devemos nos enxergar por intermédio dos outros, em um movimento projetivo, de referencial e, nunca, o comparativo e de se igualar.
Mesmo nas redes sociais, que, por um lado trazem pontos positivos, por outro tem nos levado a um distanciamento de nós mesmos, do que somos e do que é real.
Devemos nos questionar, porque a sociedade e, portanto, seus indivíduos estão a usar cada vez mais máscaras sociais e estão se distanciando da realidade, da verdade, da autenticidade e da virtude?
Sabemos que está chegando o Carnaval, festa linda e com muitas simbologias, então, aproveito, aqui, não para convidá-los ao sorteio de um convite para assistirem as escolas premiadas deste ano, mas deixo o meu convite para que pensem verdadeiramente nos ganhos de “mergulharem em si mesmos”, se conhecerem mais do que a qualquer outra pessoa, a fim de viverem realmente alinhados com o que realmente são e querem para si em suas vidas.
Vamos deixar as máscaras, que, muitas vezes, até pesam, somente para dar beleza aos bailes, festas e desfiles de Carnaval.
Da nossa parte, enquanto estivermos nessa breve passagem por aqui, sugiro sermos nós mesmos, agindo de maneira real e autentica, fazendo a diferença para nós mesmos e, quem sabe ainda, para os outros, caminhando pela estrada do autoconhecimento.
VOCÊ QUER SER MAIS FELIZ?
Vamos ser os especialistas de nós mesmos!