Quem Somos Nós?

por Viviane Gago

“Homo Sapiens”, termo que deriva do latim “homem sábio”, ser humano, ser pessoa, gente ou homem, é a única espécie animal ainda viva de primata bípede do gênero Homo. A espécie surgiu há cerca de 350 mil anos na região leste da África e adquiriu comportamento moderno há cerca de 50 mil anos (Wikipédia)”.

Podemos sair dessa classificação taxonômica e dizer também que nós somos a soma de nossas escolhas, renúncias, decisões etc.

E o que diferencia a criança/adolescente do adulto? Crescer tem haver com tomar decisões e conviver com a dúvida. Adultos tem consciência que nunca terão certeza absoluta sobre tudo o que os rodeia e têm ciência também que só a morte física é definitiva.

Se é assim, por qual motivo, nós seres humanos, temos tantos bloqueios, dificuldades e medos de falar e enfrentar temas como fracassos, frustrações, dores e encarar de frente e peito aberto as nossas histórias de vida e verdades?

Essa é uma pergunta que me faço muitas e muitas vezes! Por qual motivo o ser humano quer tanto justificar sua existência somente pautado no sucesso, quando muitos de nós sabem, por razões empíricas, que geralmente são as dores, fracassos e frustações é que têm o real poder de transformar vidas e muitas vezes para melhor e na direção da evolução?

Fracasso por exemplo é uma das piores sensações que existe. Frustrações, nem se diga! Dores também; porém uma coisa é fato, para todos nós que estamos na Vida, é quase impossível não sentir uma dessas sensações ou mesmo todas. Viver é ter altos e baixos e quanto a isso não há muito o que discutir. E mesmo diante desse fato, resistimos!

Quem de nós não viveu e/ou está vivendo essas sensações ruins? Eu digo, já vivi todas, absolutamente todas!

A esse respeito transcrevo um comentário interessante feito à um outro artigo que escrevi e publiquei recentemente: …”hoje em razão de novas tecnologias os sentimentos e emoções são digitalizados, em grande parte compartilhando o que gostariam de estar sentindo e não o que realmente se sente….é tudo mais aberto, porém muito artificializado.”

Bem, uma das possíveis respostas a essa indagação poderia estar relacionada a uma analogia que considero excelente, que é comparar o ser humano a uma obra, cujo lapidador principal é o tempo e o que este traz com ele. Uns tornar-se-ão uma linda obra de arte, outros nem tanto e por aí vai. É quase certo dizer que em se tratando de ser humano esta obra seja bela ou não; sempre será inacabada dada a complexidade envolvida. Somos seres evoluindo numa espiral ascendente e de maneira bastante lenta.

Talvez aqueles que estejam atentos contra a superficialidade da vida e alertas para os sinais que ela nos dá, aprendam mais e evoluam mais. Outro aspecto que reputo tão ou mais importante que esse primeiro é a capacidade que muitos de nós têm de se maravilhar com a vida , que tem o seu lado lindo e compartilhar esse lado bom e belo para si e para as demais pessoas…São as pessoas que enxergam a beleza e a compartilham formando uma corrente do bem. São aqueles que não se desiludiram com a raça humana, vêm a beleza das pessoas e acreditam que os seres humanos serão capazes de melhorar o Mundo!

Confesso que conheço muita gente que está desiludida e desacreditada quanto a beleza dos seres humanos.

Estudando, viajando e aprendendo por meio das pessoas observa-se que as fraquezas e grandezas humanas são similares em qualquer lugar do planeta. E falando de fraquezas, uma boa medida para os seres humanos seria se desapegar do ego exacerbado e do narcisismo que impera no Mundo! Olhar o outro de verdade e ter consciência que somos todos iguais e com necessidades parecidas é igualmente importante. Quem não quer amar e ser amado? Quem não gostaria de viver com dignidade: teto, saúde e educação? Quem não gostaria de ter uma atividade profissional que fizesse sentido para si e para a sociedade? Quem?

Olhar para si de maneira amorosa e para as nossas histórias é um passo importante rumo a uma vida mais consciente e na direção do que realmente nos faz bem e tem sentido. Desapegar de crenças irreais é extremamente saudável e lúcido. Dialogar com nossas dores é fundamental para seguir em frente, mais forte e estruturado. Admitir e até falar dos fracassos é sinal de grande crescimento, maturidade e não significa o fim do mundo! Saber que frustrações existem e que continuarão a existir enquanto estivermos vivos é sinal de sabedoria.

Identificar nossas felicidades, mesmo sabendo que nem tudo deu certo, gostando da vida que tem é simplesmente MARAVILHOSO! Equilibrar, harmonizar pensamentos, sentimentos e ações deve ser algo para ser feito nessa caminhada chamada existência!

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