Quem somos nós? parte II

por Viviane Gago

Falando ainda sobre nós, Homo Sapiens, ocorreram muitas reflexões adicionais! Tema que não se esgota, não é mesmo?
Nos últimos tempos, tenho relembrado o que aprendi nas cadeiras e mesas escolares, tendo mergulhado nos estudos sobre a História da Humanidade! Quantos fatos para nos apoiar no estudo do comportamento humano! Me deleitei… Passei pela Pré-História, Primeiras Civilizações, Mundo Romano, Mundo Asiático, Construção da Europa, Descobrimentos, Início dos Tempos Modernos e, assim foi, até chegar na Época Atual, dita como um período de Inquietação.
O fato é, que estudando a nossa História, verifica-se com toda a clareza que o ser humano, desde o princípio, sofre mudanças contínuas, sendo, muitas delas, geradas por ele próprio e/ou mesmo pelo ambiente em que se situa: temos os seres humanos como criadores e geradores de mudanças.
O Homo sapiens, considerado o mais habilidoso de todas as espécies, por conta do pensar e da gradual tomada de consciência, primeiramente, para sobreviver e, depois, para viver com mais conforto, foca-se em tirar vantagens do meio em que vive e do que fora herdando das outras espécies.
Verifica-se que o mundo foi se formando acompanhando o surgimento de comunidades, que se isolaram nos seus modos de viver, suas culturas de crescente complexidade, sendo que as pessoas criadas nestas culturas deve tê-las considerado como certas, assim como a maioria das pessoas do mundo ainda considera certa a sua própria maneira de viver. Desta maneira, a linguagem assumiu diferentes formas, a rotina de hábitos, costumes, comportamentos e ações eram focados nas pessoas atenderem suas próprias necessidades; além das descobertas extremamente particulares de cada civilização, as quais mais tarde afetariam sobremaneira a forma de mercancia, a circulação de riqueza, tipos de defesa e seus exércitos, dentre outros aspectos. Ou seja, tudo é muito parecido e, ao mesmo tempo, diferente; gerando, desde os primórdios, uma segregação e não uma coesão. Por isso, ainda hoje presenciamos diferentes religiões, crenças, moedas, tipos de governo, culturas etc.

Voltando no quesito descobertas e para melhor materializar o que digo, uns eram melhores em lidar com metais, outros com cerâmica, outros descobriram a pólvora e criavam melhores armas e por aí vai. Os seres humanos tomaram cada vez mais decisões de agir e de se adaptar a certas maneiras de enfrentar seus problemas e desenvolver certas formas de fazer as coisas, utilizar certos materiais e certa habilidades. O ser humano aprendeu tudo a partir do nada! Como sabemos, isto não significou que os seres humanos não tenham criado novos problemas com a mesma velocidade com que resolveram os antigos. Nem que a História da humanidade não seja cheia de coisas boas e ruins, tudo junto e misturado: lindas criações, sucesso, evolução, recuos, fracassos trágicos e involução. Isso tudo ajuda a enfatizar um fato central sobre nós: somos a única espécie que podemos conscientemente decidir quanto ao uso e à mudança do mundo. Sendo assim, o ser humano é o único capaz de moldar o próprio destino. Pautada na História, ciência que estuda o ser humano e sua ação no tempo e no espaço paralelamente à análise de processos e eventos ocorridos no passado,
confirma-se o fato que o ser humano optou pelo caminho de tirar muita vantagem do meio, explorando demasiadamente o que ele propicia. Além disso, tomou a ação de explorar e maltratar os seus semelhantes. E se verifica que mesmo com o aperfeiçoamento da espécie e maior tomada de consciência, além das próprias experiências aprendidas com o passar do tempo, a ação de tirar vantagem e explorar ainda continuam fortemente aceleradas; causando impactos extremamente ruins para o todo.

Verifica-se também que o homem, desde sempre, focou-se muito mais no que é externo, no âmbito material de suas necessidades imediatas e mediatas; que propriamente no movimento de se compreender de dentro para fora, no sentido de entender quem é, qual direção está tomando, como suas ações e emoções afetarão seus semelhantes , seus descendentes e o próprio Planeta! O homem busca às respostas fora e não dentro. Diante de tudo isso, quero compartilhar com vocês algumas reflexões adicionais: Será que somente depois que o homem entender que dominou o mundo externo (complexas tecnologias, mais e mais descobertas, dominar outros planetas do Universo etc) ele descobrirá que, tão importante quanto tudo isso, é necessário voltar- se para dentro de si, ou seja, que é preciso dominar o mundo de dentro, da nossas almas, das nossas emoções? Será que o ser humano perceberá que a felicidade não está fora, não está nas conquistas externas, mas sim dentro de nós mesmos? Será que o ser humano perceberá e entenderá a importância do diálogo, da comunicação como instrumento de entendimento e de melhora do mundo?

Será que o ser humano tomará consciência de que, antes de sermos ricos, pobres, negros, brancos, amarelos, judeus, americanos, europeus etc, somos uma única espécie? Aprenderemos a amar nossa espécie sem distinções e preconceitos? Haverá um fim para o sofrimento humano causado pelo próprio ser humano? Almejo boas reflexões a todos, desejosa que, face a dualidade entre o bem e o mal existente e incrustada em todos nós, seres humanos, sempre materializada e exemplificada na nossa História, prevaleça a escolha pelo bem, pela luz e, acima de tudo, pela construção de um mundo melhor, com a preservação e, quem sabe, aperfeiçoamento da nossa espécie!

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