Ninguém está pronto para o que nos aguarda

Ninguém está pronto para o que nos aguarda, por isso, a importância de ter confiança e fluidez para se adaptar e viver.

Falando em primeira pessoa, estes últimos dois anos, que todos estamos vivendo, foram muitíssimos desafiadores e geraram algum efeito diferente em cada um de nós e nem sempre foram positivos.

No final de 2021, tendo a felicidade de ter passado as festas em família, acordando e indo dormir convivendo com os entes queridos, pude perceber o que narro no primeiro parágrafo desta parte II; inclusive, em relação a mim.

Enxergo que me desenvolvi demasiadamente nestes últimos anos, mas absorvi comportamentos de preocupação, que não fazem bem nem para mim nem para os que estão no meu entorno, a exemplo, a excessiva preocupação que tenho com a saúde dos demais e a minha própria. Ciente disso, preciso equilibrar tudo isso e tudo ficará bem. Vi em outros, uma certa “fobia social”, que também precisa ser trabalhada e por aí vai.

A pandemia veio, esta aí, agora emerge a Influenza, na versão do vírus H3N2, além de todos os outros problemas de saúde que não param e já existiam, pois continuamos a ter problemas desde os mais simples, como o operar uma vesícula, até os mais complexos, como o câncer e síndromes degenerativas, que também devem ser olhados e tratados paralelamente a tudo isso.

Adicionado a tudo isso, temos miséria, pobreza, violência, catástrofes naturais e não naturais e as várias disfuncionalidades do ser humano, que geram um descrédito e uma falta de confiança.

Para Rutger Bregman, pensador holandês, autor do livro “Humanidade: Uma História Otimista” (Editora Crítica), “Mudar sua visão sobre a natureza humana, olhar para os humanos de uma forma radicalmente nova, implicará consequências para sua própria vida”

Segundo o referido escritor e pensador, há o caráter cooperativo e de confiança do homo sapiens, que nasce para aprender, se relacionar, interagir e que tem no “corar”, a quintessência da socialização. Ainda, segundo o autor, corar é uma expressão unicamente humana. Pessoas coram e, com isso, demonstram que se importam com o que as outras pessoas pensam, fomentando, assim, a confiança e socialização.

Segundo as recorrentes pesquisas feitas anualmente pela World Value Survey sobre a pergunta: “você acredita que as pessoas são confiáveis?”, não existe nenhum país da terra com menor número de pessoas que confiam umas nas outras que o Brasil, só 5% dos brasileiros afirmam poder confiar nas pessoas em comparação aos 70% na Noruega.

Há vários significados para confiança e, de maneira livre, aponto os seguintes: “com + fiança” = ter fé; acreditar que algo não falhará, de que é bem feito ou forte o suficiente para cumprir sua função, acreditar na probidade moral, na sinceridade, lealdade, competência, discrição de outrem, crédito e fé.

É árido e difícil viver sem confiança, não é mesmo?

É exaustivo viver sempre preocupado (a) com o que os outros estão tramando por trás e contra você.

Acredito que um bom caminho é perceber o lado bom da vida, o lado bom das coisas e são muitos os exemplos que ocorrem, muitas vezes estão muito próximos de nós, mas é preciso estar atento para observar e registrar tudo isso. Por exemplo, vemos todos os dias coisas assustadoras e terríveis nos noticiários, porém, e apesar disso, devemos ficar atentos nas pessoas que estão ajudando, pois sempre acharemos pessoas que estão apoiando outras.

Um outro cenário a ser refletido é o que vimos e testemunhamos na própria pandemia, grande parte das pessoas quis fazer o certo contribuindo para o bem comum e a saúde coletiva. Sim, tivemos pessoas, inclusive próximas de nós, que não fazem e não fizeram isso, que não respeitam e não respeitaram o próximo, mas testemunhamos países com as ruas vazias e a grande preocupação de muitos com os seus semelhantes, sejam eles familiares ou não.

Termino esse texto com mais uma narrativa de Bregman, para nossa reflexão a respeito do tema: “Assumir que os seres humanos são programados para a bondade, confiar e esperar esse comportamento dos outros é uma forma libertadora de se viver e, possivelmente, você terá de volta exatamente o que espera”.

Como apontei inicialmente, ninguém está pronto para o que está por vir ou o que nos aguarda, porém, confiar e fluir para o melhor viver é imprescindível.

Boas reflexões! Desejo que 2022 seja um ano com muita saúde, alegrias e excelentes e leves aprendizados.

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